David Mourão-Ferreira disse da criação heteronímica de Fernando Pessoa que " a arte de ser, a arte de sentir, a arte de viver é sempre assumida como uma espécie de 'máscara'; e, quanto aos figurantes que as ostentam, eles dão-nos ao mesmo tempo, a sensação de falar cada um para seu lado e de estarem continuamente a responder uns aos outros."
in O Rosto e as Máscaras
E Fernando Pessoa, na carta que escreve a Adolfo Casais Monteiro, caracteriza assim os seus heterónimos (principais):
"Pus no Caeiro todo o meu poder de despersonalização dramática, pus em Ricardo Reis toda a minha disciplina mental, vestida da música que lhe é própria, pus em Álvaro de Campos toda a emoção que não dou nem a mim nem à vida". (sublinhados meus)
(fotografia da minha autoria)
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