Poeta da Natureza e da simplicidade, é o "Mestre", porque só com simplicidade, sem filosofia e sem abstrações se pode apreender o que nos circunda. Daí que todos, inclusivamente os restantes heterónimos, devam imitar Alberto Caeiro.
Apresenta-se como um "guardador de rebanhos" e o seu rebanho é as suas sensações". É com os sentidos que apreende a realidade que o circunda: - "eu não tenho filosofia: tenho sentidos..."(sensacionismo).
"Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca. "
Rejeita a filosofia, a metafísica, as ciências, em suma, tudo o que apenas serve para deturpar a realidade, a Natureza, tão simples, mas perfeita e, por isso mesmo divina (panteísmo): “Mas se Deus é as árvores e as flores/ E os montes e o luar e o sol,/ Para que lhe chamo eu Deus?”
Linguagem, estilo e forma:
A linguagem e estilo são simples, quase infantis: polissíndetos, anáforas, paralelismos;
-Uso de silogismos(para fingir que não pensa é preciso pensar...): "mas se Deus é as árvores e as plantas... porque lhe chamo eu Deus? chamo-lhe árvores...";
-Sinestesias: mistura de sensações;
-Comparações e metáforas: "Para mim pensar nisso é fechar os olhos/E não pensar. É correr as cortinas/ Da minha janela..."
As estrofes têm um número variável de versos, a métrica também é variável e não usa rima: verso branco: "Não me importo com as rimas. Raras vezes /Há duas árvores iguais, uma ao lado da outra."
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