14 de abril de 2010

"Felizmente há luar": uma abordagem inicial


Para compreendermos o significado e a intencionalidade desta peça de teatro, escrita em meados do século XX, é necessário conhecer os acontecimentos políticos dessa época e também aqueles que servem de "cenário" à acção desta obra: Felizmente há Luar de Luís de Sttau Monteiro.

Época: 
  • Invasões Francesas, início do século XIX;
  • Portugal pede ajuda a Inglaterra e é enviado o General Beresford para ajudar a combater os franceses;
  • O rei, D. João VI, fugira para o Brasil;
  • O autor aproveita os factos históricos desta época para retratar os acontecimentos políticos do seu tempo: século XX, década de 60 (Estado Novo, ditadura salazarista).

Classificação genológica (género literário):
  • Pertence ao género dramático, uma vez que é uma peça de teatro;
  • Mas foge aos cânones da tragédia grega, onde as emoções serviam de cenário à condição humana e onde o herói era impotente para alterar a vontade arbitrária dos deuses ou do Destino( recordar o Rei Édipo);
  • Neste drama, Felizmente há luar, o homem também desafia(hybris), mas desafia o poder político, ao pôr em causa a sua legitimidade e a tirania de quem o exerce e representa. Também, por isso, a punição atingirá quem assim actua. Assim se compreende, nesta perspectiva, a inevitabilidade da condenação à morte de Gomes Freire.
  • A intenção é denunciar e fazer reflectir o público/leitores sobre as injustiças sociais e políticas, pondo em evidência estes problemas, numa perspectiva marxista; 
  • Cabe ao(s)autor(es) desempenhar(em) esse papel, através da escrita de intervenção.

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